Combate ao racismo na tecnologia: avanços e desafios

abr 13, 2022 | tecnologia, Transformação Digital

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Nos últimos anos vimos um verdadeiro salto tecnológico no que diz respeito à aplicação de soluções digitais no nosso dia a dia. Compramos online, estudamos online, trabalhamos e nos conectamos com todo o globo a partir deste mundo virtual. É certo que tais mudanças visam dinamizar nosso acesso a um universo cada vez mais conectado, entretanto, as conexões também devem considerar a realidade das nossas relações sociais e estas, infelizmente, ainda são fortemente marcadas pelo racismo e sexismo.  

 

No post de hoje te convidamos a refletir um pouco sobre os avanços e desafios que decorrem do tema. De que forma a tecnologia pode ser uma aliada quando o assunto é o combate ao racismo? Como aplicar soluções tecnológicas que respeitem os direitos de todos? Tentaremos responder algumas dessas perguntas juntos, afinal, a tecnologia deve ser uma construção coletiva. Vem com a Listra! 

 

Racismo algorítmico e a replicação de antigos problemas 

 

Entender o racismo em sua dimensão digital requer que pensemos, sobretudo, não apenas na violência praticada diretamente entre os usuários, mas também, nas dinâmicas e estruturas de algoritmos e códigos que permitem categorizações desiguais entre tais usuários. Um bom exemplo para compreender a forma como opera o racismo algorítmico são os resultados referentes às dinâmicas de reconhecimento facial utilizadas por governos a fim de capturar suspeitos. 

 

Segundo dados da Rede de Observatórios de Segurança, no Brasil, 90,5% dos presos por monitoramento facial são negros, sendo que, grande parte dessas pessoas foi abordada de forma equivocada. Isso significa que, apesar de, teoricamente, ser um bônus para o aumento da segurança pública, a tecnologia do reconhecimento facial é um sistema falho que, além de violar os direitos humanos, incrimina e constrange pessoas racializadas inocentes. 

 

Parte do problema, neste sentido, é a permanência de uma visão simplista da realidade que condiciona pessoas negras à posição de criminosas e violentas. A partir desta visão são construídos os bancos de dados dos quais se alimentam algoritmos de reconhecimento facial e estes, consequentemente, replicam conceitos racistas já pré-existentes na sociedade, incriminando ou não reconhecendo propriamente a face de pessoas a partir de cálculos incompletos e injustos. 

Como aplicar soluções em tecnologia que respeitem a diversidade 

racismo e tecnologia: como combater? Na imagem mulher negra cientista de dados encara tela de computador.

“Às vezes, respeitar as pessoas significa certificar-se de que seus sistemas são inclusivos.” Essa frase foi dita pela cientista de dados e palestrante Joy Buolamwini. Joy foi vítima de um sistema de reconhecimento facial utilizado no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts)  para identificar professores da universidade. Ela, que também é professora e pesquisadora do MIT, não foi reconhecida pelo algoritmo devido ao fato de ter a pele negra. A partir daí a Cientista começou a defender sistemas mais inclusivos que façam testes rigorosos de usabilidade e revisão de código, além da inclusão de pessoas de diferentes raças na construção de tais tecnologias.

 

Outro ponto importante,neste sentido, é repensar nossas ações coletivas em sociedade. Parte dos problemas relacionados ao racismo na tecnologia não passam de réplicas de padrões de comportamentos e de problemas sociais antigos de desigualdade. Por isso, o combate ao problema do racismo digital passa, primordialmente, pela conscientização offline. Só assim será possível criar um mundo online mais inclusivo. 

Conscientização como forma de quebrar a lógica racista no meio digital 

 

A boa notícia é que no Brasil e no mundo já existem diversas iniciativas que visam quebrar com algumas dinâmicas racistas replicadas no meio social. Um dos exemplos de destaque é o pesquisador Tarcízio Silva que propõe métodos digitais, pesquisas científicas e modelos de visualização de dados capazes de explicar e refletir a respeito de tais práticas. O pesquisador desenvolveu uma linha do tempo do racismo algorítmico a fim de organizar casos e ilustrar a forma como um código pode ser díspar com a diferença quando não desenvolvido com a atenção devida.

 

Além de Tarcízio, iniciativas como a Info Preta e Kilombo Tech buscam incentivar a introdução de pessoas negras no mercado tecnológico, dinamizando também a atuação delas no meio digital, com mais oportunidades de trabalho e, consequentemente, de mudança deste cenário. 

acismo e tecnologia formas de combater

Por fim, é de extrema importância que nós, empresas de tecnologia e inovação digital, reafirmemos diariamente o nosso compromisso com a luta e o combate ao racismo, seja ele na construção de um corpo de colaboradores diverso, ou na forma como pensamos e desenvolvemos produtos e soluções digitais. Como foi dito no início deste texto, a tecnologia é uma construção social coletiva e estamos num momento decisivo de transformação. É preciso se ater à importância de coexistir num mundo digital mais inclusivo, para que os erros do passado não se repitam no futuro. 

A inclusão e a diversidade são pontos importantes na Listra Digital. Venha fazer parte da nossa equipe e nos ajude a construir um mundo digital mais igualitário! Conheça nossas vagas em -> https://listradigital.solides.jobs/

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